quinta-feira, março 11, 2010

O Pato e a Quenga

Durante pastosos anos de minha história, vivi, ou pelo menos não estive morto, em Canoas, cidade distante, há 600 centímetros de Porto Alegre. Lá, muitos fatos interessantes ocorreram em minha vida. Por exemplo, ao longo de 7 anos me chamaram por Pato. Era meu apelido. Outra vez, também, caí no chão e quebrei um braço. Depois, acreditem ou não, fui ao médico, mas estava tudo sob controle.
Hoje, em Porto Alegre, tornei-me um pato de verdade. E escrevo posts. Postes insanos de luz. Mas não sou Pato, o jogador. Quem me dera ser possuidor de tamanha habilidade com os pés; viveria há muitos pés daqui. E igual, me concentraria tanto em fazer gols que nem lembraria que um pé é igual a 30,5 centímetros. Nossa, o sujeito que determinou que nossa espécie tem um pé de 30,5 centímetros com certeza não era pequeno. “Nossa”, assim que a galera apelidava aquela puta. Isso em Canoas, em meus pastosos anos. Puta merda, ela era bem safada, “os fins justificam os meios”, ela dizia no meio da galera. Ah, Zeus, quais seriam os fins capazes de isentar meios tão promíscuos?
No entanto, eu gostava dessa quenga (prostituta (funcionária noturna) ). É uma pena que tal quenga, da conturbada e agitada metrópole que é Canoas, não tenha ficado sabendo que havia alguém que lhe propiciaria uma vida melhor. E eu, então confuso rapaz, que tanto a desejou e que a perdoaria, sim, por suas longas noites pecaminosas e molhadas com idosos fétidos e sem dentes, tão pouco fiz. Só por dinheiro, vadia! Como pude deixar de dizer: “Venha, minha quenga linda, aceitar meus Nescais matinais! Pois quem lhe amaria mais? Quemga rantiria a você vida tão bela? “
Arrasado, hoje lhe aconselho duas coisas: primeiro, nunca aconselhe a alguém uma frase-clichê e repetida. Segundo, e não menos importante: nunca se arrependa do que fez, e sim somente do que não fez. Pois encontro-me na merda. Atolado em um vaso de 5 litros - iguais àqueles do Zaffari, em que os viciados plantam maconha - Mas que merda.

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